Gastroenterite aguda e a importância da hidratação
A Gastroenterite aguda (GEA) é uma doença bastante comum na infância e uma das causas mais comuns de internamento nos serviços de pediatria em Portugal. As crianças até aos 3 anos de idade têm em média 1 a 2 episódios por ano.
É consequência da infeção do sistema gastrointestinal por vários agentes patogénicos, resultando na alteração da função intestinal. No nosso país cerca de 40% dos casos até aos 5 anos são causados pelo Rotavírus e 30% devem-se a outros vírus. Bactérias como a Salmonella são a causa em cerca de 20 a 30%, enquanto que os parasitas têm muito pouca expressão no aparecimento desta patologia. Quando a causa é de origem viral o pico de incidência situa-se entre janeiro e março, ao passo que a Salmonella, em Portugal, é responsável por esta doença maioritariamente no período entre julho e agosto.
Quais são os principais sintomas?
A diminuição da consistência das fezes, passando as mesmas a serem moles ou líquidas, e/ou o aumento da frequência das dejeções para mais de 3 em 24 horas é o sintoma que caracteriza a doença. A diarreia tem uma duração habitual média entre 2 e 5 dias. É necessário ter em conta que, nos primeiros meses de vida, mais do que a frequência das dejeções (em geral mais elevada), importa dar especial atenção à alteração da consistência das fezes, que por seu lado pode ser um sinal mais significativo de GEA.
Febre, náuseas, vómitos e dores abdominais podem estar presentes ou ausentes, preceder ou suceder a diarreia. Quando presentes, habitualmente terminam no máximo em 48 horas após hidratação adequada.
A principal complicação a vigiar na GEA é a desidratação rápida, pelo que, aconselhamos ao leitura deste artigo onde falamos dos vários sinais e sintomas da desidratação.
O que fazer?
Na grande maioria dos casos, a GEA nas crianças é benigna e autolimitada, pelo que a atenção deve concentrar-se na prevenção e tratamento da desidratação. Na presença desta doença, a criança não perde apenas água mas também minerais como o sódio, potássio e cloro.
Assim, se a desidratação for mínima ou ausente, não é necessário nenhum tratamento imediato.
No caso da criança ser amamentada, a mãe não só deve continuar a amamentação como reforçá-la, amamentando com mais frequência e com maior duração do que o habitual. A tratar-se de uma criança que não é amamentada, opta-se pela manutenção e reforço dos fluidos – água mineral natural, sopa, água de arroz. Nestas situações, a Água Vimeiro Original torna-se uma excelente opção uma vez que, por ser uma água muito generosa em minerais, o seu consumo contribui para a reposição dos eletrólitos perdidos. De ressalvar que esta água não necessita de fervura.
Na GEA com desidratação leve a moderada, as soluções de reidratação oral são o tratamento de primeira linha. Já a desidratação grave é uma emergência médica que necessita de outras abordagens terapêuticas.
Em situações de vómitos isolados poderá ser benéfico oferecer bebidas açucaradas, gelatinas ou gelados simples. No caso de haver diarreia associada, é preferível que a criança não consuma as comuns bebidas comercializadas açucaradas, demasiado ricas em açúcar e muito pobres em minerais. O chá preto também não está recomendado, pois tem cafeína na sua constituição. Este último, para além de ser um estimulante cardíaco é também um diurético, que, embora fraco, agrava a desidratação.
As indicações para observação médica são as seguintes:
• Idade inferior a 6 meses ou peso inferior a 8 kg;
• Temperatura igual ou superior a 38ºC para crianças com menos de 3 meses;
• Temperatura igual ou superior a 39ºC para crianças dos 3 aos 36 meses;
• Sangue visível nas fezes;
• Diarreia frequente ou volumosa;
• Diarreia por mais de 7 dias ou vómitos persistentes;
• Sintomas de desidratação moderada ou severa;
• Reidratação oral ineficaz quando desidratação leve;
• Imunodeficiência ou outras doenças associadas (malnutrição, diabetes mellitus ou outra doença metabólica);
Como prevenir?
A medida mais simples passa pela lavagem das mãos com água e sabão, seguida de secagem adequada. Nomeadamente depois da utilização da casa de banho e mudança da fralda, e antes de comer, cozinhar ou preparar alimentos. Como complemento à lavagem das mãos, pode-se utilizar desinfetante alcoólico.
Outra medida passa pela lavagem eficaz de frutas, legumes e outros alimentos antes da sua preparação. Assegurar a cozedura completa de alimentos como aves, marisco, ovos ou alimentos que os contenham também é uma prática essencial.
As crianças infetadas não devem partilhar objetos que possam estar contaminados, como toalhas, estar próximas das áreas de confeção dos alimentos ou frequentar a escola ou outros estabelecimentos desde o início dos sintomas até 48 horas após o último episódio de vómitos ou diarreia.
Importa salientar que o aleitamento materno reduz, em muito, a percentagem de crianças que contraem GEA.
À mínima dúvida não hesite em contactar o médico ou profissional de saúde da sua confiança para que o aconselhamento e acompanhamento sejam o mais adequado possível à situação do seu bebé.
Cuide do seu corpo por inteiro. Beba Água do Vimeiro
Enf. Célia Pinheiro
Enfermeira em Pediatria e Conselheira em Aleitamento Materno pela UNICEF
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